“A LENDA”
2022
Ponto de visitação nº 10
Miradouro das Corgas, Proença-a-Nova
39.7951779º, -7.8952552º
Sinopse
“A tarefa é, não tanto ver o que ninguém ainda viu, mas pensar o que ninguém ainda pensou, sobre o que toda a gente vê.”, Erwin Schrödinger
Schrödinger, conhecido por outras impossibilidades, falava na aparente improbabilidade de um físico ser poeta, fazendo ambas. É nestas aparentes ambivalências que o projeto ±MaisMenos± se conforta, serpenteia e ilustra o real.
No miradouro das Corgas, o mundo da física moderna impõe-se ao mundo físico milenar, pontuando a paisagem em gestos constantes e ininterruptos que desenham outras, tão atuais, ambiguidades. Lá em cima, no caminho que se desenha e se descobre, na deslocação de uma lenda (ou de uma poesia: narrativa ou lirismo abandonado à imaginação de quem deriva) sinalizam-se forças opostas mais ou menos naturais. São feitas de contrariedades, mas existem, como o gato do outro, vivendo (e morrendo) ao mesmo tempo.
Biografia
Miguel Januário (n. 1981, Porto) iniciou o curso de Design de Comunicação na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto em 1999 e, a partir desse ano, começou a desenvolver intervenções de graffiti no espaço urbano e, em paralelo, trabalhos encomendados. Estabeleceu-se como freelancer no espaço cultural ‘Maus Hábitos’, no Porto, onde criou o seu primeiro estúdio. Em 2005, no âmbito académico, criou o projeto de intervenção ‘±MaisMenos±’, que se tornou uma referência no panorama nacional e internacional de arte urbana. Em 2009, mudou-se para Lisboa e continuou a desenvolver o seu projeto pessoal, em simultâneo com outros projetos artísticos. De 2011 a 2013 foi diretor artístico na Ivity Brand Corp.
A partir de 2014 estabeleceu-se no Porto e dedicou-se quase exclusivamente ao projeto ‘±’, levando-o a outros países e posicionando-o na cena artística nacional e internacional. O projeto é também o foco da corrente de investigação de doutoramento de Miguel Januário na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.
Sob a bandeira ‘±MaisMenos±’, produziu diversos trabalhos criativos, tanto em contextos fechados como exteriores, numa variedade de media, desde vídeo a instalação, pintura e performance. Além de inúmeras intervenções ilegais de arte pública em diversos países, o projeto foi também exibido em exposições individuais e de grupo em vários contextos institucionais.