Disseminação
Cultural e Artística
Disseminação Cultural e Artística

Janeiro - Outubro 2022
Figueiró dos Vinhos, Ansião, Proença-a-Nova

João Louro

Portugal

Artes Plásticas – Intervenção Artística

Conversa com a Comunidade

Website

“Dead End”
2022

Ponto de visitação nº 3
Fragas de São Simão, Figueiró dos Vinhos
39.91433º, -8.31654º

Sinopse

É no fim, o fim da linha (”Dead End”), que a viagem começa.

O fim é o momento da circularidade, o salto para o novo que se apresenta como o princípio.

Quando nos deparamos com um “Dead End” parece que chegamos ao fim. E é precisamente aí que convoco a participação do espectador para que ele possa estabelecer, a partir desse contacto, uma vivência de desafios ou, apenas, o desafio de estar perante o beco sem saída.

Nesse percurso, quando nos deparamos com o fim, utilizamos todas as ferramentas que estão ao nosso dispor, sejam elas conceptuais ou sensíveis, para superar essa tensão com o irresolúvel. As soluções ou os caminhos podem estar no conteúdo da obra e o espectador ao mergulhar nesses conteúdos, ao procurar as soluções, vai dar um salto e convocar novos pensamentos.

O “Dead End” é, pois, um mapa mental que funciona como um sistema de sinalização, numa deriva de percursos, que se aproximam mais à poesia, ou invenção da palavra, na possibilidade de olhar para o mundo a partir daí. É uma obra com um carácter especulativo.

A esse processo junta-se uma vontade minha, mais antiga, que é a de considerar que a obra de arte deve ser deixada incompleta e, por isso, ser uma obra aberta e inconclusiva, até à chegada e a participação do espectador.

São, portanto, percursos que criam tensões, junções ou divórcios e criam caminhos possíveis, inventam novos caminhos, a partir do ponto zero. O ponto de início da obra de arte é esse salto para fora do “Dead End”.

Biografia

João Louro (n.  1963, Lisboa), estudou Arquitetura na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa e Pintura no Ar.Co. A sua obra engloba pintura, escultura, fotografia e vídeo.

Descendente da arte minimal e conceptual, o trabalho de João Louro reflete uma atenção especial às vanguardas do início do século XX, traçando uma topografia do tempo, com referências pessoais, mas, sobretudo, geracionais. Utiliza como fonte recorrente a linguagem, a palavra escrita, e procura fazer uma revisão da história da imagem na cultura contemporânea a partir de um conjunto de representações e símbolos do universo visual coletivo.

Em 2005, participou na exposição A Experiência da Arte, com curadoria de María de Corral e incluída na 51.ª Bienal de Veneza. Ainda em 2005, integrou o projeto da inSite_05, Art Practices in the Public Domain, em San Diego (EUA)/Tijuana (México). 

Do seu vasto currículo de exposições individuais em Portugal e no estrangeiro, destacam-se: Runaway Car Crashed #2 (1999), no Museu de Arte Contemporânea de Serralves; La Pensée et l’Erreur (2000), na Fundació Joan Miró, Barcelona; Blind Runner (2004-2005), no Centro Cultural de Belém; My Dark Places (2010), no MACRO – Museo d’Arte Contemporanea Roma; Smuggling (2015), no MACE – Museu de Arte Contemporânea de Elvas, Linguistic Ground Zero (2018/2019), no MAAT em Lisboa e Ni le Soleil ni La Mort (2019), no Pavilhão Branco, Lisboa.

Em 2015, foi o representante oficial de Portugal na 56.ª Bienal de Veneza com a exposição I Will Be Your Mirror / Poems and Problems.

O trabalho de João Louro integra ainda inúmeras coleções públicas e privadas, incluindo a Margulies Collection (Miami), a Colecção António Cachola (Elvas) e a Coleção de Fotografia Contemporânea Novo Banco (Lisboa), e nas da Fundación ARCO (Madrid), da Fundación Jumex Arte Contemporáneo (Cidade do México), do MACRO – Museo d’Arte Contemporanea Roma (Roma), do MAR – Museu de Arte do Rio (Rio de Janeiro), do Museum of Contemporary Art San Diego (San Diego), do Banco de España (Madrid), da Fundação de Serralves (Porto), da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), entre outras instituições.