Disseminação
Cultural e Artística
Disseminação Cultural e Artística

Janeiro - Outubro 2022
Figueiró dos Vinhos, Ansião, Proença-a-Nova

Pedro Gramaxo

Portugal

Artes Plásticas – Intervenção Artística

Conversa com a Comunidade

Website

“Graça I”
2022

Ponto de visitação nº 2
Campelo, Figueiró dos Vinhos
40.00201º, -8.26672º

 

“Graça II”
2022

Ponto de visitação nº 7
Moinhos do Outeiro, Ansião
39.96405º, -8.46711º

 

“Graça III”
2022

Ponto de visitação nº 9
Cabeço dos Três Marcos, Proença-a-Nova
39.86657º, -7.85034º

Sinopse

Assumindo como fundamental a importância de conexão com a natureza e com o conceito mitológico de florescimento e beleza, as obras desenvolvidas materializam-se como um exercício contemporâneo do imaginário do artista que partiu das “Três Graças”- no seguimento do jogo de denominação da série “Equivalents” de Carl André na década de 1960, referenciando as pinturas de nuvens de John Constable entre 1822-1823 – numa fisicalidade inerente ao objeto/monumento artístico inserido, descontextualizado, em contraste natural-artificial, levando-nos a um estado de perceção alterada. 

Consideradas filhas de Zeus, as “Graças” – “Charites” da mitologia grega e “Gratiae” da romana – eram, tal como descrito em “Theogony” de Hesido (750 – 650 AC), o número de Graças era incerto e dedicavam a sua existência a atender os restantes “Olímpianos”, representando a beleza, a natureza, o florescimento, a felicidade e grandeza. 

Escreveu Pausanias (180 – 110 AC), que Eteocles fez as primeiras preces a apenas “Três Graças”, sacrificando a sua vida: Aglaia (que representa radiância), Euphrosyne (alegria), e Thalia (florescimento). As “Três Graças”assumiram-se desde então como a representação pictórica das inúmeras “Charites”, no universo artístico, foram já tema de representação para uma quantidade numerosa de artistas, desde Raphael a Botticelli, ou Rubens a Picasso. 

Apesar de intencionalmente separadas e isoladas, contendo relações espaciais, implantações e percepções distintas, as três obras apresentam-se como um tríptico. As suas constituições construtivas de repetição (tal como as “Graças” que as precedem), procuram fortalecer a conexão entre elas, enfatizando um ser mítico replicado. Procurando uma estética de divindade, as obras “vestem” um véu semitransparente através de uma chapa metálica perfurada branca, que permite aos mais curiosos a compreensão da sua estrutura, como se do seu “nú” se tratasse.

Biografia

Pedro Gramaxo (n. 1989, Lisboa), trabalha com construção, fotografia e vídeo. 

Canalizando a sua prática de explorar o dualismo entre o natural e o artificial, Pedro cria contrastes de elementos construtivos feitos pelo homem com novos contextos artísticos.

A sua obra desenvolve pesquisas a partir da importância da presença física corporal e da sua relação com a nossa memória e consciência para níveis superiores de existência. Esta pesquisa aprofunda as distintas capacidades de perceção humana para com a Arte e com estados alterados de consciência.

Desde 2012 que apresenta o seu trabalho em exposições individuais, coletivas e em espaço público, em Portugal, Itália, Bósnia-Herzegovina, Brasil, China, Rússia e Argentina. 

O seu trabalho integra ainda publicações em revistas físicas, digitais e plataformas de arte em todo o mundo.