“ExHumus I”
2022
Ponto de visitação nº 4.1
Foz de Alge, Figueiró dos Vinhos
39.82782º, -8.27663º
Sinopse
Para Tiago Francez, o ato criativo é nutrido através das sensações interiores, introspeções de identidade, metamorfoses, assim como processos em constante evolução e fragilidade.
O artista procura levar-nos a descobrir os vestígios das antigas Ferrarias da Foz de Alge, património industrial de Figueiró dos Vinhos, e as suas gentes.
Tendo outrora desempenhado um papel central no transporte dos fluxos hidráulicos para a indústria do ferro nacional, o rio tem até ao presente irrigado a vida social dos seus habitantes e suas atividades, sejam elas profissionais, domésticas ou lúdicas, controlando o sistema nervoso deste território. Seguindo este raciocínio, o artista assume esta linha de água como a coluna vertebral da região.
A obra “ExHumus” procura através de duas intervenções conetar o passado com o presente, o interior com o exterior. Cá fora, junto à margem da Ribeira de Alge e defronte às ruínas das Ferrarias, implanta-se uma escultura que nos convida a visitar os lavadouros da aldeia que lhe deu o nome. E, lá dentro, testemunhamos a degeneração da nossa estrutura, assim como aquela que nos rodeia.
Biografia
Tiago Francez (n. 1990, Lisboa) é um artista multidisciplinar, licenciado pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa.
Dividido entre Portugal e França, onde vive e trabalha atualmente, a sua prática artística está geralmente associada a questões associadas à condição da origem humana e ao ramo filosófico da Metafísica. Na última década, o artista tem divulgado imagens médicas relacionadas com a biogénese humana através da prática da gravura e pintura mural sob o nome “The Empty Belly”, onde visa explorar e refletir sobre a Identidade (pessoal e coletiva), e sua Metamorfose assente na dependência das leis inevitáveis das forças causais.
Parte da sua obra, destaca-se pela linguagem que utiliza, onde o ponto se apresenta como elemento exclusivo, no qual se afirma por ser parte de um organismo maior, mas sobretudo, por este, na sua independência, possuir a sua própria identidade.
Além do pontilhismo, a base filosófica por trás do trabalho é Kandinskiana e pode ser compreendida através da quase lógica e óbvia frase: “Tudo começa com um ponto.”